quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Em 2012, houve quase 54 mil faltas de professores sem dar explicação

Outros 893 mil professores justificaram a falta por motivo de doença, e 94,5% do total de professores tiveram, pelo menos, uma ausência em 2012




Milhares de alunos ficam sem aulas todos os dias porque o professor não apareceu. As faltas nas duas maiores redes públicas do país cresceu nos últimos anos.
E o mais preocupante é a quantidade de faltas sem justificativa.
No ano passado, foram mais de 50 mil faltas sem justificativa. E quase 900 mil por motivos de saúde. Isso é pior para os alunos porque cada vez que o número de faltas de professor aumenta um ponto percentual, as notas de português caem 14 pontos e as de matemática despencam 16.
Nem sempre a saída da escola é animada. A cena é bem diferente quando os meninos precisam voltar mais cedo para casa porque o professor faltou.
“Costumam reclamar que o professor faltou e quando vem o professor não está, a gente tem que levar embora a criança. Aí é atrapalhado. O problema é que não tem um professor substituto, né”, declara Débora Vitiello, comerciária.
“A professora do meu filho falta. Semana passada ela faltou porque o filho dela estava doente. Isso atrapalha um pouco, né”, diz Elaine Santos, gerente de restaurante.
Em três anos o número de faltas na rede pública de ensino do município de São Paulo cresceu 20%. O pior é que aumentou consideravelmente a quantidade de ausências sem justificativas, aquelas em que o professor não foi à escola porque não foi mesmo. Nesses casos, as faltas subiram 68% de 2009 a 2012.
Só no ano passado foram quase 54 mil faltas sem explicação, e mais de 893 mil por motivo de doença; 94,5% do total de professores tiveram, pelo menos, uma ausência em 2012.
Na rede pública estadual, pelos dados da Secretaria, aconteceu o contrário: houve redução na quantidade de educadores com faltas. Caiu 18,5% nos últimos três anos. 
Na rede estadual do Rio de Janeiro, o número de faltosos é de seis mil, em média, ao mês. Cerca de 10% do total de professores.
Muitas faltas são por problemas de saúde. Para essas situações, as secretarias ou já têm programas específicos ou estão organizando mutirões de atendimento, caso do município de São Paulo.
Mas e as ausências sem razão? Para uma educadora são vários fatores que levam o professor a deixar de ir dar aula, e todos estão ligados à estrutura de ensino e à valorização profissional.
“A jornada de trabalho, dada a precariedade do valor do salário que ele recebe, tem substantivamente levado a um desânimo, a uma certa precariedade, a uma depressão em relação ao empenho que ele tem que ter e ao mesmo tempo à qualidade do trabalho que ele não consegue desenvolver em uma classe superlotada. O professor precisa ser respeitado e precisa ter um salário digno”, diz Maria Stela Graciane, professora Universitária e membro do Conselho Est. dos Direitos da Criança e do Adolescente.
O Sindicato dos Professores da cidade de São Paulo destaca que a média das faltas está abaixo do permitido pela legislação e que a ausência que mais cresce diz respeito às faltas para tratamento de saúde.
A Secretaria Estadual do Rio de Janeiro ressalta que paga o melhor salário entre as redes estaduais do país e que está analisando a questão das faltas não justificadas.

fonte: G1

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