segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Programa de inclusão digital do MEC não cumpriu metas, diz CGU

Controladoria estima que mais de 12 mil laboratórios não foram instalados.
FNDE diz que estados e municípios são os responsáveis pela infraestrutura.




Uma avaliação dos laboratórios de inclusão digital entregues pelo Ministério da Educação entre 2007 e 2010 como parte do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo) mostrou que pelo menos 12 mil de 56 mil laboratórios foram entregues às escolas participantes, mas não chegaram a ser instalados e usados. A análise foi feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) e o relatório foi divulgado nesta semana.

De acordo com o documento, técnicos da CGU visitaram 196 laboratórios e realizaram uma projeção. "Podemos afirmar, com 95% de confiança, que dos 56.510 laboratórios da base de dados fornecida pela SEED [Secretaria de Educação a Distância do MEC, que foi incorporada a outra secretaria em 2011] no momento da aferição das equipes de auditoria da CGU, o número de laboratórios entregues, porém não instalados é superior a 12.610", diz trecho do relatório.

O Proinfo foi criado pelo MEC com o objetivo de promover o uso pedagógico da informática nas escolas públicas.

Segundo a CGU, o programa foi avaliado a partir de uma base de dados que inclui os laboratórios com entrega autorizada pelo MEC entre janeiro de 2007 e junho de 2010, totalizando 56.510 laboratórios (34.223 em escolas urbanas e 22.287 em escolas rurais). De 2007 a 2010, o governo investiu R$ 690,5 milhões no programa.

O relatório diz que o "número elevado" de laboratórios entregues, mas não instalados, ocorre tanto em escolas rurais como urbanas. "Nas rurais, esse número é de pelo menos 5.554 laboratórios, e nas urbanas é de pelo menos 7.056 laboratórios, portanto, indicando fragilidades na execução do programa."

O texto afirma ainda que 26.640 laboratórios estão funcionando nas condições adequadas e 4.280 estão sendo utilizados em ambientes onde falta segurança física. Em 15.345 laboratórios, a CGU aponta que um dos problemas do uso pedagógico dos computadores é a falta de preparação dos professores e técnicos.

Além disso, "pelo menos 2.880 laboratórios urbanos e 1.452 rurais (total de 4.332) são utilizados apenas para outras atividades que não aulas de matérias regulares ou de informática" e em 5.960 laboratórios "ocorre desvio de algum equipamento para atividades administrativas", segundo o relatório.

Recomendações
Segundo a CGU, a logística de entrega das máquinas pelas empresas contratadas foi "bastante positiva, considerando que quase a totalidade dos laboratórios foi entregue com as configurações iguais ou superiores às exigidas no edital". Por outro lado, o órgão constatou que a quantidade de laboratórios entregues e não instalados é "considerado relevante, o que afeta diretamente os objetivos" do programa.

"Nesse contexto, conclui-se que apesar dos avanços proporcionados pelo Proinfo na inclusão
digital, a sua função precípua, o uso pedagógico da informática nas escolas públicas de educação básica não foi plenamente atingido, pois a utilização completa dos laboratórios, com a infraestrutura adequada e com profissionais devidamente capacitados, atendendo alunos e comunidade, encontra obstáculos relevantes", conclui o relatório.

Diante dessa projeção, a CGU afirmou no relatório que fez algumas recomendações ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), um dos executadores do programa. Uma delas é que o FNDE planeje o processo de distribuição de recursos tecnológicos instrucionais de forma que ele "tenha mecanismos efetivos de acompanhamento do uso dessas tecnologias pelos Entes conveniados" e "considerando, inclusive, a possibilidade de utilização de mecanismos de monitoramento remoto vinculados à rede de computadores".

FNDE diz que números são projeção

Em nota, o FNDE informou que são os estados e municípios participantes do Proinfo os responsáveis por garantir a infraestrutura e as condições adequadas para a instalação dos laboratórios e fomentar a capacitação dos professores para o uso pedagógico dos equipamentos. "O próprio relatório da CGU demonstra que as irregularidades apresentadas em sua auditoria estavam sobre a égide das autoridades estaduais e municipais responsáveis pelas escolas. Portanto, esses fatos devem ser verificados junto aos dirigentes estatuais e municipais", diz o texto.

O fundo disse ainda que os números do relatório são uma projeção, e que todas as 196 escolas visitadas pelos técnicos da CGU foram diligenciadas e seus problemas "em sua maioria estavam resolvidos quando da apresentação da CGU da auditoria aos gestores".

Além disso, o órgão afirmou que "aprimorou seu modelo de aquisição para o modelo do Registro de Preços Nacional, onde o FNDE, depois de aprovada as especificações técnicas em audiências públicas, com a participação da sociedade, dirigentes estaduais e municipais e fornecedores, executa um pregão com registro de preços, para que estados e municípios, diretamente por adesão, adquiram e se responsabilizem pela distribuição e instalação dos equipamentos, enquanto o FNDE faz a gestão quanto ao cumprimento do objetivo de se ter a escola atendida pela adesão feita".

Concurso para Professores será realizado pela Seeduc-Rj em breve


"Primeiro edital será para docentes de 16h e 30h
A Folha Dirigida publicou esta semana informações sobre a previsão do concurso público Estadual. Uma fonte ligada ao concurso da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seduc-RJ) informou, que o edital para professor de 16h e 30h deverá ser liberado antes do edital de professor de Ensino Religioso, cujas oportunidades são para formação de cadastro de reserva. Com isso, o cronograma dos processos seletivos deverá ser diferente.
 
Ganhos iniciais de R$1.161 ou R$2.034. O secretário de Educação do Estado do Rio, Wilson Risolia, anunciou na última sexta-feira, dia 15, que vai aumentar a remuneração dos docentes (o valor ainda não foi divulgado). Além disso, os concursados também poderão contar com o auxílio-alimentação, no valor de R$160 por mês. Risolia também confirmou que o concurso para o magistério sairá em breve. Outra boa notícia dada pelo secretário foi que ainda este ano será realizado o programa de certificação de docentes em três níveis. No maior nível, o três, o salário será três vezes maior do que o atual. Ou seja, o professor irá receber o salário-base, mais os auxílios-transporte, qualificação e alimentação. O profissional terá direito ainda a receber um adicional pela sua certificação.
 
 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

No Rio, Paes distribui nas escolas "Banco Imobiliário" que exalta suas obras



Para o estudante da rede municipal de educação não ir à "falência" e fazer fortuna basta investir em empresas e obras da Prefeitura do Rio. É assim o jogo Banco Imobiliário – Cidade Olímpica, onde obras da administração do prefeito Eduardo Paes são destacadas. A prefeitura adquiriu da fabricante de brinquedos Estrela cerca de 20 mil jogos, num investimento superior a um milhão de reais.

No tabuleiro são destacadas intervenções de Paes na cidade como a Transcarioca, via ainda em construção que ligará a zona oeste ao Aeroporto Tom Jobim, as Clínicas da Família e os corredores de ônibus, conhecidos como BRTs. O jogo, contudo, não deixa de fazer menção aos monumentos turísticos tradicionais da cidade como Cristo Redentor, Maracanã e Pão de Açúcar.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação o jogo será distribuído em todas as escolas da cidade e também serão distribuídos como premiação para alunos que atingirem bom desempenho em avaliações do Município e na Prova Brasil.

O coordenador do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), Alex Trentino, reagiu com indignação ao novo brinquedo. "Esse jogo é um absurdo. Se gastou mais de um milhão com 20 mil jogos para fazer propaganda política do governo. Vamos entrar no Ministério Público pra saber de onde veio esse dinheiro. Enquanto a prefeitura investiu no jogo, a realidade das escolas do município é completamente caótica. Estamos em fevereiro cidade em 40 graus e em qualquer escola da cidade há problemas de ventilação. Não existe ar condicionado em nenhuma escola da prefeitura", protestou.
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Procurada pela reportagem do UOL, a Estrela, fabricante do brinquedo, informou que foi a empresa que procurou a prefeitura para produzir a versão do Banco Imobiliário. A Estrela diz ainda que não tem conhecimento de quem faz as obras na cidade e viu como oportunidade a produção de um jogo com o Rio como tema em razão da proximidade dos Jogos Olímpicos.

Ainda segundo o fabricante, o jogo deve chegar ao mercado em maio custando entre R$89 e R$99.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou ainda que para confeccionar o jogo, a Estrela entrou em contato com a Prefeitura, apresentando o projeto de um banco imobiliário sobre o Rio de Janeiro, uma vez que já havia feito outras edições com temáticas setorizadas. Foram adquiridos cerca de 20 mil jogos, num investimento total de R$ 1.050.748.

Ainda segundo a nota, nas escolas da rede municipal, o jogo está sendo disponibilizado aos alunos nas Salas de Leitura. Os professores, segundo a secretaria, podem utilizar o jogo de forma pedagógica, uma vez que disciplinas, como Geografia, História e Matemática, e temas transversais, como a preservação cultural da cidade, podem ser trabalhados com os alunos. Ainda segundo o órgão, pelo jogo, os professores também mostram aos alunos a cidade a partir de uma visão mais contemporânea.

MP e vereadores querem explicação

O Ministério Público tomou conhecimento do jogo e, por meio de nota, informou que vai analisar se há propaganda de ações da prefeitura do Rio no jogo Banco Imobiliário, da Estrela. Ainda de acordo com a nota, o assunto será distribuído a uma das oito Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva de Cidadania, a quem caberá decidir sobre possível instauração de inquérito para apurar o caso.

Na Câmara Municipal, um grupo de vereadores solicitou, por meio de requerimento, informações à prefeitura sobre o jogo. "Nesse documento nós estamos questionando esse tipo de compra e a ausência de licitação", disse o vereador e ex-prefeito da cidade César Maia (DEM).

fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/02/22