sexta-feira, 3 de maio de 2013

QUERO SER PROFESSOR- Brasil tem carência de 150 mil professores em ciências naturais

"Tornar mais atrativa a carreira do magistério no Brasil". Esse é o principal objetivo do Quero ser professor, novo programa do Ministério da Educação que pretende suprir uma carência de 150 mil professores de matemática, física, química e biologia e deverá ser lançado nos próximos dois meses, de acordo com o coordenador Mozart Neves Ramos. Antes do lançamento, porém, o MEC pretende ouvir o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), as universidades e as sociedades científicas.

 » Professores só receberão diploma em pós se melhorarem desempenho dos alunos Com nome ainda provisório - será analisado pela área de comunicação do MEC, o programa deverá funcionar em regime de colaboração envolvendo o MEC, as secretarias de Educação dos estados e as universidades com boa avaliação no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). É um programa para tentar melhorar o desempenho de alunos e professores nas disciplinas da área de ciências naturais, tanto no ensino médio quanto no superior. "São as matérias com maior déficit de professores no País. Estima-se que o déficit nessas matérias seja da ordem de 150 mil", afirma Mozart Neves, que também é conselheiro do Todos pela Educação.

 O Programa atuará em três eixos: criação de "clusters" de desenvolvimento de ensino, envolvendo professores e alunos das universidades e das redes estaduais de ensino (o foco); desenvolvimento de ações que visem a redução da evasão nos cursos de licenciaturas em química, física, matemática e biologia; certificação pós-graduanda de professores da rede de ensino e melhoria no plano de carreira, associado ao seu desempenho em sala de aula. Com relação à terceira frente do programa, os docentes só receberão o diploma da pós-graduação se houver a comprovação de que seus estudantes melhoraram, exigência inédita em programas federais de educação. "A ideia é que a certificação leve de fato a uma melhoria de desempenho do professor em sala de aula.

É preciso ir além da titulação, é preciso que ela chegue até a sala de aula, e assim espera-se que a própria universidade acompanhe e auxilie esse professor após suas atividades na universidade", explica o coordenador. Mozart acrescenta que , quanto à avaliação, "existem instrumentos de aferição, mas vamos discutir melhor com os demais atores sobre isso. Será um processo construído em regime de cooperação", conclui. PERFIL - Reitor da Universidade Federal de Pernambuco por oito anos (1996-1999 e 2000-2003) e secretário estadual de Educação entre 2003 e 2006, Mozart Neves Ramos divide a agenda entre o Recife, devido às aulas de graduação, mestrado e doutorado na área de química da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e São Paulo, onde realiza as atividades do Programa Todos pela Educação, do qual é conselheiro.

 Publicado em 02.05.2013, às 12h45



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