sexta-feira, 10 de maio de 2013

44% dos professores de SP já sofreram agressão, diz sindicato



Pesquisa da Apeoesp ouviu professores em 167 cidades do estado.
Agressão verbal provocada pela falta de respeito é a mais comum.



O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) divulgou nesta quinta-feira (9) uma pesquisa sobre a violência nas escolas. Quase metade dos professores entrevistados relata que já sofreu algum tipo de agressão. A pesquisa ouviu 1.400 pessoas em 167 municípios do estado.
Brigas entre alunos e crimes mais graves estão ocorrendo nas escolas. Dos professores da rede estadual, 44% deles dizem ter sofrido algum tipo de agressão - física ou verbal.
Felippe Angeli, coordenador do sistema de proteção escolar da Secretaria Estadual de Educação, disse, por sua vez, que desde 2009 vem sendo desenvolvidas ações para lidar com estas questões nas escolas. Nesta quarta-feira (8), por exemplo, o governador Geraldo Alckmin e o secretário de Educação, Herman Voorwald, anunciaram a  compra de câmeras e alarmes para vigilância eletrônica em escolas da Grande São Paulo e das regiões de Campinas e Baixada Santista. O objetivo é preservar o patrimônio público e inibir atos de vandalismo e violência.
Para 35% dos professores entrevistados, os pais ou os responsáveis são quem deve resolver a violência praticada pelos filhos. Outros 25% acham que a escola também tem papel decisivo. E, para 19% dos entrevistados, o governo do estado tem que tomar medidas mais efetivas.
Do total, 84% presenciaram ou ficaram sabendo de casos de violência na escola em que lecionam. Para 95%, os maiores responsáveis são os próprios alunos e apontam o uso de drogas e de álcool, o tráfico de drogas e a briga de gangues como situações que geram violência nas escolas. Os alunos são as maiores vítimas de da violência: 83%.
A agressão verbal é a mais comum, segundo os professores. Para 74% dos entrevistados, o xingamento e a falta de respeito são os principais problemas. A desestruturação familiar é apontada por 47% como a razão da violência, e 49% acreditam que é resultado da educação que os alunos recebem em casa. Em segundo lugar aparece o bullying, com 60%. Pelo menos 5% dos entrevistados já sofreram agressão física.
Para os professores, as escolas e o governo teriam que envolver os pais nesse debate contra a violência. Palestras e debates nas escolas atrairiam os pais para 28% dos professores. Para 16%, também é preciso investir em cultura e lazer dos alunos e familiares. Outros 15% querem que o policiamento nas áreas próximas às escolas seja reforçado para evitar a presença de gangues e tráfico de drogas.
As câmeras de segurança que serão instaladas nas escolas, medida anunciada nesta quarta-feira pelo governador Geraldo Alckmin, não são vistas como uma grande medida contra a segurança, segundo os professores. Só 4% acreditam que as câmeras ajudem a reduzir a violência.
Projetos
Segundo Felippe Angeli, o Sistema de Proteção Escolar visa à prevenção de conflitos no ambiente escolar, à integração entre a escola e a rede social de garantia dos direitos da criança e do adolescente e à proteção da comunidade escolar e do patrimônio público.
O programa, segundo Angeli, tem por base dois eixos distintos de atuação. O primeiro está relacionado à integração com a área de segurança pública, no qual está incluso o videomonitoramento das escolas para coibir a atuação de marginais e o vandalismo. "Inclusive, há um oficial da Polícia Militar prestando assessoria sobre assuntos de segurança nas escolas no gabinete do secretário neste sentido", explicou.
O segundo eixo refere-se diretamente ao convívio escolar entre alunos, professores, pais e a comunidade onde a unidade está inserida. Neste sentido, foi criado o projeto Professor Mediador Escolar e Comunitário. "Este professor é treinador para trabalhar estes conflitos e para que sejam resolvidos de forma não violenta, inclusive fazendo esta articulação da escola com a comunidade. Cerca de 50% da rede de ensino contam com este mediador", disse. 


Fonte: G1

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